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Dia Internacional da Mulher

Devo confessar que quando recebi o convite para escrever sobre “Mulheres bem sucedidas, desafios e conquistas” me senti envaidecida e ao mesmo tempo me perguntei será que sou? Será que represento genuinamente uma mulher (brasileira) bem sucedida? Mas, deixando o “complexo do vira-lata” (cunhado por Nelson Rodrigues) de lado …e beeemmmm de lado …. e olhando de onde sai e onde cheguei … sou sim … uma mulher brasileira bem sucedida no mundo corporativo. 

E sobre liderança Feminina nas empresas, enquanto organizações e sociedades,  estas ganham com a liderança feminina. Sem tentar criar um estereótipo para liderança feminina, uma vez que temos nossa individualidade… as mulheres em geral são mais resilientes, colaborativas , mais abertas a pedir ajuda à equipe, mais abertas a feedbacks, flexíveis, agregadoras, criativas, inovadoras, empáticas, propiciam leveza nas relações,  menos agressivas e autoritárias… Mais influenciadoras… As vantagens não param por aí!

E, apesar de termos conquistado muitos postos de trabalho e conquistado posições estratégicas mais relevantes nas organizações ainda, hoje, temos muito a percorrer, muito a avançar para conquistar um mercado de trabalho mais inclusivo e equilibrado.

Mas isso tudo é fruto de décadas históricas de desigualdade de gêneros… de uma criação que propiciava e cobrava esta desigualdade “meninos para prover” e “meninas para procriar” e, mesmo hoje, ainda temos mulheres ocupando cargos de liderança muito aquém dos homens. Não somente em números, mas em relevância dentro da estrutura organizacional,com diferenças conhecidas de remuneração e condições de trabalho entre gêneros em cargos na mesma posição.  Muito poucas mulheres ocupam as posições mais altas, de maior relevância, dentro do universo organizacional das empresas. Segundo dados do IBGE de 2018, somente 38% dos cargos gerenciais eram ocupados pelo sexo feminino.

A diversidade de gênero é um ganho social sem dúvida, mas, também um ganho econômico para as empresas. O estudo da Mckinsey “Diversity Matters” de 2020 publicou que “organizações que possuem equipes executivas com equidade de gênero têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes” devido, segundo artigo, a diversidade de ideias, ao favorecer a criatividade e soluções inovadoras.

Mas, como disse ainda temos muuiitoo a enfrentar.Ssomos, mais frequentemente, alvo de criticas sem razão plausível, por puro preconceito.Como temos, no geral, um estilo mais colaborativo que  é questionado por alguns (que preferem um estilo mais diretivo)  se realmente é um estilo de liderança aceitável. 

E o “será” que estou pronta? “será” que vou conseguir? “Será” que não vou fracassar? Quando nos é ofertado uma promoção,ainda mais se for uma oferta de uma posição fora da nossa zona de conforto, estas perguntas se tornam recorrentes.       

A boa notícia é que estamos evoluindo, estamos dia a dia ocupando nossos espaços com aquilo que para mim é o mais importante: “RESPEITO” por nós mesmos, respeito por nossas conquistas… por nossa história pessoal…

A liderança feminina é essencial para as organizações e sociedade e devemos persegui-la por um mundo mais equilibrado e com equidade. 

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Arcangela Valle

Mulher, Médica, Executiva e Diretora Medica do Grupo NC

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